As mulheres recebem menos que os homens e têm menos acesso à saúde e à educação. Mas, o hiato mais profundo está na participação política. A realidade é incômoda e universal.
A primeira dificuldade enfrentada pelas candidatas diz respeito ao acesso aos recursos para a campanha eleitoral. Uma pesquisa realizada pelo Office for Democratic Institutions and Human Rights demonstrou que a principal dificuldade na candidatura de mulheres está vinculada à limitação financeira. Segundo o relatório, as mulheres não só ganham menos do que os homens no local de trabalho, mas também possuem menos riquezas como um todo.
Buscando reverter esta tendência, alguns projetos de apoio à candidatura de mulheres vêm sendo implementados na Nicarágua, Costa Rica, Panamá, Bolívia e Chile com resultados ainda limitados. No Brasil, por exemplo, a lei destina 5% dos recursos para as candidatas. Esta dificuldade certamente coloca em xeque o entendimento de que eleitores e eleitoras fazem suas escolhas livremente já que o acesso aos candidatos e candidatas não são equânimes.