Agronegócio

Nem a aftosa e a seca foram capazes de abalar a Festa do Boi, que chega aos 56 anos

Com um investimento maior em atrações artísticas e uma pauta voltada para cadeia produtiva do agronegócio, passando pela carne, o queijo, a fruticultura e produtos de valor agregado, a Associação Norte-rio-grandense dos Criadores e o Governo do Estado abrem as portas para a 56ª da Festa do Boi 2018.

Como todas as Festas das últimas cinco décadas e meia, ela exibe evoluções e as marcas de cada nova edição que vão sendo incorporadas.

Depois de atravessar anos de seca, cujos reflexos ainda perduram em algumas regiões produtoras e enfrentar restrições sanitárias e o excessivo rigor de órgãos ambientais, a Festa este ano mostra a consolidação de um lado profissional que vem se consolidando nos últimos anos.

Nesta edição, as instalações do parque apresentarão melhorias dignas das atrações que oferece, como acessibilidade a portadores de deficiência física e um leque de opções que vão desde do público infantil ao adulto, com parque de diversões, shows artístico, leilões, exposições, seminários, palestras e oficinas.

A prova é uma programação diversificada e investimentos frutos do esforço da Associação Norte-rio-grandense dos Criadores, do Governo do Estado e de seus parceiros principais, que contam a história desse grande evento do agronegócio do Rio Grande do Norte.

Como diz o presidente da Anorc, Marcelo Passos, de negócios tão diversificados que vão do boi à ostra e cuja grandeza econômica compõe o mosaico de negócios e empregos de um estado pequeno e repleto de possibilidades a serem exploradas por mentalidades empreendedoras.

Este ano, a expectativa dos promotores deve se repetir um movimento financeiro de R$ 50 milhões, a partir do ânimo injetado no campo pelas chuvas deste ano e por medidas recentes, como a legalização da produção de queijos artesanais, que abre um próspero mercado para milhares de produtores antes marginalizados.

“Precisamos voltar a matar bois no Rio Grande do Norte, que já teve um rebanho superior a 1 milhão de cabeças e dar chance para que a produção queijeira possa assumir seu protagonismo no agronegócio potiguar”, lembra o presidente da Anorc.

Este ano, a Festa do Boi pega essa oportunidade pelo chifre e oferece uma festa repleta de atrações, que promete deixar o tatersal

Lembrou que, depois da chuva, o capital do produtor continua sendo o bom e velho dinheiro do crédito e, por isso, exortou ao Banco do Nordeste e ao Banco do Brasil que facilitem suas linhas aos tomadores da agropecuária.

Para o secretário estadual da Agricultura, Guilherme Saldanha, os prognósticos para futuros períodos chuvosos são positivos e que a bacia leiteira potiguar promete retribuir com uma produção à altura dessa expectativa.

“Resta aos agentes financeiros, que tradicionalmente atuam no agronegócio, fazerem a sua parte e fornecerem aos produtores os meios para eles melhorarem a sua produção e produtividade”.

O secretário adiantou, ainda, que este ano, haverá feno de sobra a “preço justo” para os produtores que participarem da Festa do Boi. “Não é nada subsidiado porque eu não gosto dessa palavra, mas apenas feno a um valor acessível para ajudar o criador”, afirmou.

Outra novidade este ano da Festa do Boi é o investimento de duas conhecidas empresas de promoções que investiram em atrações de palco algo ao redor de R$ 1 milhão, trazendo atrações como Wersley Safadão e Luan Santana, entre outros considerados de primeira linha.

Para Zeca Melo, superintendente do Sebrae RN, outro tradicional parceiro da Festa do Boi, uma das grandes qualidades do evento que completa 56 anos em 2018 “é injetar otimismo nas pessoas e na economia potiguar”.

E acrescenta: “Nós mesmo lá no Sebrae contamos os dias para a festa começar, pois ela não anima apenas nosso pessoal; os convidados de outros estados sempre saem encantados quando participam do evento”.