Brasil

Amigo de Temer recebeu ao menos R$ 32 milhões para ex-presidente, diz Lava Jato

Amigo de Temer, o coronel João Batista Lima Filho, poderá ser apontado como responsável por gestão de propina

O coronel João Batista Lima Filho, amigo de Michel Temer que também foi preso ontem, tinha carta branca para negociar propinas em nome do ex-presidente e recebeu pelo menos R$ 32 milhões em propinas em nome dele e de seu grupo político de 2010 até hoje. É o que afirma a força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro.

Lima é considerado pela PF (Polícia Federal) e pelo MPF (Ministério Público Federal) o principal operador de propinas do ex-presidente. A defesa de Temer entrou na Justiça com um pedido de habeas corpus. O coronel Lima sempre negou as acusações. O advogado Maurício Silva Leite, defensor de João Baptista Lima Filho, declarou estar “perplexo” com a prisão decretada (veja mais abaixo).

De acordo com as investigações, o coronel reformado da PM (Polícia Militar) de São Paulo recebeu em nome de Temer dinheiro de corrupção de empresas ao menos em cinco oportunidades. Os dois são amigos íntimos e conhecem-se, de acordo com o próprio Temer em depoimentos, desde os anos 1980, quando Temer foi secretário de Segurança Pública em São Paulo e era assessorado pelo então oficial da PM.

A conta de R$ 32 milhões não inclui o valor que Temer e outros emedebistas são acusados de cobrar de empresas no caso da MP (Medida Provisória) dos Portos, alvo de outra investigação. Ali, Lima é acusado de intermediar outros quase R$ 6 milhões em propina ao ex-presidente.

Ao todo, o “quadrilhão do MDB” (termo usado pela própria Lava Jato) que Temer é acusado pela Lava Jato de chefiar, é acusado de movimentar um esquema de R$ 1,8 bilhão envolvendo diversos políticos da sigla, várias empresas e diversas esferas da administração pública.