Brasil

Record esconde notícia sobre canonização de Irmã Dulce, primeira santa brasileira

O Brasil é o país com a maior população católica do mundo, representando sozinho cerca de 10% dos católicos de todo o globo e só em 2019 teve a primeira santa canonizada pelo Vaticano. Mesmo em meio a toda festa e repercussão que o fato ganhou nos meios de comunicação, uma das maiores emissoras do país ignorou o fato. De acordo com a coluna TV e Famosos do site UOL, o evento religioso não foi tocado em nenhum dos grandes jornalísticos do canal.

A publicação lembrou que o assunto foi destaque no final de semana na maioria dos sites, jornais e canais de TV e destrinchou como foi a cobertura nos maiores veículos de comunicação.

Cobertura

De acordo com o site, no sábado (12), véspera da cerimônia no Vaticano, o assunto teve enorme destaque nos telejornais noturnos das maiores emissoras:

  • Jornal Nacional (Globo) – duas reportagens num total de 6’20” segundos.
  • SBT Brasil – duas matérias ao longo de 6′
  • Jornal da Band – duas matérias num total de 5’22” (Os três telejornais produziram parte do material com repórteres em Roma).
  • EBC (Empresa Brasil de Comunicação) – equipe na Itália para produzir material jornalístico para a TV Brasil – o vice-presidente, Hamilton Mourão, representou o governo na cerimônia.
  • RedeTV News – não teve cobertura no local, mas apresentou uma grande reportagem de 5’40”

Boicote

No “Jornal da Record” não houve nenhuma menção ao assunto. O Vaticano foi citado, de forma crítica, por realizar o Sínodo da Amazônia, numa reportagem do telejornal sobre a Conferência de Ação Política Conservadora realizada em São Paulo.

No “Domingo Espetacular”, com três horas e meia de duração, a cerimônia religiosa realizada pela manhã no Vaticano não mereceu, igualmente, qualquer menção. Para os dois principais jornalísticos da Record no final da semana, a notícia não existiu.

A publicação afirmou que esse foi um boicote ainda mais radical do que o ocorrido na beatificação de Irmã Dulce, em 2011, passo anterior da canonização. Naquela ocasião, tanto o principal telejornal quanto a revista eletrônica dominical da Record falaram, ainda que modestamente, do assunto em reportagens.

Edir Macedo, dono da Record, é também fundador da Igreja Universal do Reino de Deus. Nos seus livros de memórias, a trilogia “Nada a Perder”, ele faz críticas duras à Igreja Católica, a quem enxerga como “inimiga”, ao lado da Globo, e acusa de conspirar contra a Universal. Esta crítica é reiterada nos dois filmes já realizados com base nas biografias.