A Polícia Federal (PF) cumpre nesta sexta-feira (17) mandados de busca e apreensão na sede da Precisa Medicamentos, na cidade de Barueri (SP), a pedido da CPI da Pandemia. A operação se estende a outro endereço em Itapevi (SP), onde fica a empresa Luft Healthcare, que armazena os produtos da Precisa.
A operação foi revelada pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI, em sua conta no Twitter. Pouco depois, foi confirmada em nota assinada pela mesa diretora da Comissão (leia abaixo).
A Precisa é a empresa que intermediou as negociações entre o governo federal e a farmacêutica indiana Bharat Biotech para a aquisição da vacina Covaxin, um contrato que foi posteriormente cancelado depois que foi colocado sob investigação na comissão do Senado.
“A operação, que foi autorizada pelo [Supremo Tribunal Fedral] STF, destina-se à apreensão de informações relativas ao contrato entre a Precisa e a Bharat Biotech, assim como todos os documentos relacionados ao contrato”, escreveu Randolfe na rede social.
“A CPI tentou de todas as formas obter essas informações e não logrou êxito. Fez-se necessário, para prosseguimento das apurações, a utilização deste instrumento judicial”, completou o senador.
Também pelo Twitter, o senador Humberto Costa (PT-PE), outro membro da CPI, justificou a operação contra a Precisa dizendo que nem a empresa e nem o Ministério da Saúde “prestaram as informações necessárias”.
“A PF está fazendo uma visita à sede da Precisa Medicamentos, a pedido da CPI da Covid. Queremos o contrato entre ela e a indiana Bharat Biotech para saber em que termos foi negociada a bilionária compra da Covaxin”, escreveu o parlamentar na rede.
Em nota enviada à CNN, os advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso, que representam a Precisa Medicamentos, disseram que a operação da PF contra a empresa é “inadmissível, num estado que se diz democrático de direito”.
“A operação de hoje é a prova mais clara dos abusos que a CPI vem cometendo, ao quebrar sigilo de testemunhas, ameaçar com prisões arbitrárias quem não responder às perguntas conforme os interesses de alguns senadores com ambições eleitorais”, afirmaram os defensores.”