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Feminicídio cresce 50% no RN enquanto Estado espera implementação de lei de auxílio-aluguel a mulheres vítimas de violência

Foto: Hermes de Paula

O Rio Grande do Norte teve um crescimento de 50% nos casos de feminicídio de janeiro a agosto de 2023, em comparação ao mesmo período do ano passado. Os casos de assassinatos de mulheres por conta do gênero passaram de 12 para 18.

Os dados são da Secretaria da Segurança Pública e da Defesa Social do Estado (Sesed). A pasta registra 11 tipos diferentes de violência contra a mulher, enquadradas na Lei Maria da Penha. 

Destas, apenas a calúnia teve uma queda do ano passado para cá; todas as outras 10 cresceram percentualmente.

O maior aumento foi relacionado à injúria. Ela faz parte da violência moral e é definida como xingamentos que ofendem a honra da mulher. Em 2022, foram 694 casos de injúria; este ano, houve uma explosão e os números chegaram a 1.350.

Outros dados chamam atenção: o descumprimento de medidas protetivas de urgência, presente nos artigos 22 e 24 da Lei Maria da Penha, que escalou em 67,7%. 

Se incluem, neste caso, ações como afastamento do lar, proibição de aproximação com a mulher, os familiares e testemunhas; restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores; comparecimento do agressor a programas de recuperação e reeducação, dentre outros.

Já as vias de fato (agressão) passaram de 417 para 633 nos primeiros oito meses deste ano em relação a 2022.  Foi mais uma violência contra a mulher dentro da Lei Maria da Penha que mais do que dobrou, chegando a 51,8%.

Confira os números completos:

Auxílio-aluguel

Na semana passada, o presidente Lula (PT) sancionou uma lei que garante o pagamento, por até seis meses, de auxílio-aluguel a mulheres vítimas de violência doméstica em situação de vulnerabilidade socioeconômica e que precisam ser afastadas do lar. 

Em Natal, um projeto semelhante chegou a ser aprovado em 2023 na Câmara Municipal, mas foi vetado integralmente pelo prefeito Álvaro Dias (Republicanos).

O texto federal está incluído entre as medidas protetivas de urgência da Lei Maria da Penha. A medida possibilita que as vítimas encontrem moradia e guarida adequadas quando se depararem com situações de ameaça, hostilidade e violência que tornem necessária a saída de seus lares. 

O pagamento do auxílio-aluguel será concedido por um juiz e financiado por estados, municípios e o Distrito Federal, por meio do Sistema Único de Assistência Social (Suas) e do Fundo de Assistência Social.

Operação de combate a crimes contra a mulher termina com 55 presos por violência doméstica no RN

Também na última semana foi divulgado o balanço da Operação Shamar, que prendeu 55 pessoas por violência doméstica apenas no Rio Grande do Norte, sendo 21 em flagrante e 34 por força de ordens judiciais.

A operação foi realizada, simultaneamente, em todo o país durante o Agosto Lilás, quando são intensificadas as campanhas de conscientização sobre a violência contra a mulher. Ao todo, 873 vítimas foram atendidas durante as atividades. A polícia também apreendeu duas armas de fogo e registrou 823 boletins de ocorrência.

Agência Saiba Mais