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Enem 2022: o desafio de escolher a carreira ideal e como a família pode auxiliar neste processo

Enem 2022: o desafio de escolher a carreira ideal e como a família pode auxiliar neste processo — Foto: Igor do Vale/g1

No caminho trilhado para chegar até a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o aluno precisa, em paralelo, tomar uma importante decisão: qual curso irá cursar ao entrar na universidade. Para ajudar os que ainda estão indecisos, o De Boa no Enem conversou com a psicóloga Katiuce Gurgel e a coordenadora acadêmica da Uninassau Natal, Ariela Moreira, que apresentaram algumas dicas para estudantes e seus familiares, que podem facilitar esse processo.

Por ser uma fase que gera, naturalmente, mais ansiedade no candidato, é muito importante que a família evite depositar ainda mais expectativas no aluno. Em alguns casos, os pais projetam nos seus filhos o desejo de que sigam determinada carreira, mas essa atitude pode ser prejudicial.

“O importante é reconhecer que cada pessoa do círculo familiar tem uma história de vida diferente, desejos e um planejamento pessoal que são só seus. Apesar de fazermos parte de uma mesma família e compartilharmos coisas em comum, é necessário compreender que cada membro pode querer um futuro totalmente destoante do histórico familiar para si, e isso é natural e aceitável”, afirmou Ariela.

De acordo com Katiuce, a família deve estar atenta e observar as habilidades individuais do aluno, além de respeitá-lo neste processo. “É preciso levar em consideração os desejos, vontades, afinidades e dificuldades de cada pessoa”, comentou a psicóloga. “Não é saudável por parte de pais e responsáveis que haja uma imposição de qual carreira o aluno deve seguir, mesmo que determinada profissão já seja exercida pelos membros da família”, alertou.

Neste caminho, buscar o diálogo aberto e franco pode ser a solução. “O aluno pode explicar para os pais sobre suas próprias expectativas e sonhos para o futuro, no sentido de passar uma confiança de que está seguro sobre suas próprias decisões”, comentou Ariela. “Os pais podem e devem orientar os filhos, no sentido de explicar sobre questões financeiras, realização pessoal, dificuldades enfrentadas no dia a dia, mas, claro, sem colocar seus próprios desejos e frustrações como ponto de partida para a escolha de uma vida profissional para os filhos”, continuou.

Orientação vocacional é aliada na escolha da carreira certa

Os pais não precisam abrir mão de participar ativamente da vida de seus filhos. É possível encontrar o equilíbrio entre expectativa e realidade e a orientação de um profissional pode ser fundamental. “O psicólogo, no trabalho de orientação vocacional, é o especialista mais indicado para dar suporte aos familiares e ao aluno”, explicou Katiuce.

Tanto nos consultórios quanto nas próprias escolas é possível que o aluno realize sessões de orientação de carreira. “São feitos trabalhos de autoconhecimento, de identificação do perfil do indivíduo, de como funcionam as áreas profissionais e a utilização de testes”, reforçou a psicóloga.

Ariela lembrou que é muito importante pensar em termos de habilidades pessoais e propensão para determinadas áreas, como humanas, exatas ou ciências naturais. “O estudante também pode levar em consideração quais as disciplinas que têm ou tinha mais facilidade no Ensino Médio”, encerrou.

Na busca pela carreira certa, o importante é que a família, o aluno e a escola se unam no mesmo objetivo. Dessa forma, ficará mais fácil para todos e frustrações serão evitadas.

Apesar dos desejos dos pais, aluno escolheu a medicina por conta própria

“Desde cedo, sempre fui fissurado na área médica. Cuidar, salvar, conviver e amar foram palavras que me fizeram escolher a medicina e, dessa forma, perceber o quanto estava atrelado em mim essas características para escolha da profissão”, definiu o aluno do Over Colégio e Curso, Johewerton Medeiros da Silva, de 17 anos.

Filho do contador Josivan Lopes e de Maria Medeiros, o jovem relata que, apesar dos desejos dos pais, sempre teve liberdade para fazer suas próprias escolhas. “Por admirar muito a medicina, minha mãe sempre teve o sonho de que eu fosse médico, entretanto, nunca colocou pressão para a minha escolha profissional”, lembrou o aluno. “Por volta dos 10 anos, relatei a minha vontade de ser médico. Meu pai não gostou muito, pois é contador e queria que eu atuasse na empresa dele, mas logo ele entendeu e respeitou o meu desejo”, explicou.

Johewerton contou que desde que expressou o desejo pela medicina, seus pais começaram a auxiliá-lo. “Eles compraram livros que falavam de medicina e me ajudaram a conhecer mais sobre o dia a dia de um médico. Assim, reconheço que foi importantíssima a liberdade de eu ter feito a minha própria escolha e ter a minha família presente em todas as etapas”, finalizou.

g1 RN