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Granizo em Caicó: Entenda como se forma o fenômeno

Foto: Reprodução/Redes Sociais

A chuva de granizo registrada no município de Caicó, no Seridó do Rio Grande do Norte, nessa segunda-feira (06), não é comum. O chefe da unidade de meteorologia da Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn), Gilmar Bristot, explica como se forma o fenômeno. Segundo ele, alguns fatores contribuem para a ocorrência.

“Não é comum no Nordeste, porque estamos em faixa equatorial e a atmosfera é quente. Para nós termos formação de granizo é necessário ter uma forte instabilidade, com formação de nuvem cumulonimbus bastante elevada, de mais de 12 km de altura”, esclarece.

A explicação continua: “No interior dessa nuvem tem um movimento vertical muito intenso e as gotículas que se formam dentro da nuvem têm esse sobe e desce. Como esse movimento é muito intenso e a nuvem é muito profunda, essas gotículas são levadas para o topo da nuvem, passando o nível de congelamento”.

Após a subida, as gotículas congeladas começam a descer. No entanto, por ainda serem mais leves do que a gravidade, elas voltam a subir. Durante esse processo, elas ganham mais peso e começam a cair. “O mecanismo da formação de granizo é esse”, acrescenta.

A regiões Seridó e Oeste apresentam ainda outros fatores que contribuem para que haja a ocorrência de granizo. Apesar disso, Bristot reforça que não é uma situação comum para o estado.

“Aqui não é normal acontecer. Para ter esse fenômeno é preciso ter umidade, instabilidade forte e alguns obstáculos para que se possa ter esse início de instabilidade, com relevo acentuado, vales, montanhas. Foi o que aconteceu. O Seridó tem o relevo como agente que força o ar subir e desenvlver esse tipo de nuvem”, completa.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alertas de chuvas para todas as regiões do estado. O comunicado é válido até esta terça-feira (07). No entanto, o instituto pode renovar o aviso ou ampliar o grau de perigo.

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