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Como se preparar emocionalmente para os resultados do ENEM? Jéssica Barbosa esclarece dúvidas sobre o assunto

Lidar com as expectivas para os resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) nem sempre é uma experiência tranquila. Com frequência, os estudantes passam por episódios de ansiedade, temerosos com o que poderão receber e se conseguirão entrar no curso dos sonhos e seguir a profissão que sempre imaginaram estar. Como lidar com esses sentimentos? Como fazer com que esse período seja mais leve e tranquilo para quem vivencia? Nesta matéria, Jéssica Barbosa, psicóloga e entrevistada no Programa 90 Minutos esclarece dúvidas e tranquiliza os participantes.

Primeiro é importante largar aquele ditado de que “a grama do vizinho está sempre mais verde.” Precisamos parar de reproduzir esse sentimento e entender que nossas vivências e experiências de vida são diferentes dos nossos colegas de turma e até mesmo das pessoas mais próximas. Cada um tem um ritmo de vida único e prioriza diferentes situações ao longo da vida, então, antes de pensar no sentimento de fracasso ou que nada deu certo, lembre-se que cada um cada tem seu próprio caminhar.

Outro agravante para que a ansiedade e a frustração possam crescer na vida dos adolescentes é esse sentimento intenso de que tudo pode estar por um fio e que nunca iremos nos recuperar de uma perda ou derrota. “Normalmente, quando a gente é adolescente, nós temos sentimentos muito intensos. E como somos ainda muito jovens, há uma falta de perspectiva de quão longínqua a vida pode ser“, explica Jéssica Barbosa na entrevista. “Ela é curta para a gente ficar perdendo tempo com coisas que não nos acrescentam, mas ela é longa o suficiente pra gente fazer tudo o que tem vontade de fazer“, acrescenta a profissional, que traz uma visão acolhedora para o tema e tranquiliza quem está na expectativa de espera pelo resultado.

É até compreensível termos uma certa fissuração com todo o processo do ENEM, até porque, o futuro de uma vaga na universidade depende de um bom resultado que possibilite uma colocação desejada.”Até aquele momento, todos os esforços da sua vida inteira são dedicados àquela prova”, explica Jéssica, que lembra que da nossa infância até o início da juventude as expectativas da família, e também pessoais, são voltadas para a entrada na universidade.

Mas tudo bem se sentir triste se o resultado não for aquele que você esperou obter, faz parte da vida e é importante processar os sentimentos. Você estudou durante o ano inteiro, se dedicou, esperou pelo resultado, mas nem sempre é aquele que esperávamos, e é inevitável não se frustrar ou se sentir triste nos primeiros dias após isso. “Todo ano tem o ENEM, você fez esse ano, qual o foi a sua menor nota? Aí você sabe onde vai ser o seu foco”, explica Jéssica.

É importante lembrar també que “o que se mede ali não é só conhecimento“, destaca Jéssica. Há uma série de outros fatores como o nosso psicológico durante a realização da prova, a pressão pelo tempo, a forma como administramos a prova, tudo isso impacta nesse processo e vai além de termos estudado ou não.

“Você vê o que aconteceu na sua vida, a relação de vagas, a sua dedicação para a prova. Então a gente vai fazer esse momento de reflexão sobre o quanto você se dedicou”, enfatiza Jéssica. E é muito importante também seguir seus sonhos, a profissão que você planejou viver e aquilo que te traz retorno financeiro, mas também satisfação pessoal.

A própria Jéssica, entrevistada desta matéria, cursou Direito durante quatro anos, concluiu a graduação, foi aprovada na prova da OAB e, por fim, chegou à conclusão de que aquilo na verdade não era a profissão que gostaria de seguir. Não havia uma combinação com o seu propósito de vida. Por isso que uma semana após concluir o curso Jéssica já havia se matriculado na graduação em Psicologia, que sempre sonhou em seguir. “Para mim não faz sentido, mas tem gente que ama esse estilo de vida”, conta ela ao comentar sobre a advocacia.

Se você chegou até esta parte do texto, considere se perdoar um pouco e entender que nem sempre a vida é o que planejamos, precisamos às vezes esperar para que algumas coisas coisas aconteçam, mesmo que demorem. “Se perdoe se você fracassou agora, mas a sua hora tá chegando. A coisas acontecem pra gente na melhor hora possível“, conclui Jéssica.