Brasil

Governo pretende anunciar corte de 25 mil cargos na cerimônia de 300 dias

O ministro extraordinário do governo de transição do presidente eleito Jair Bolsonaro, Onyx Lorenzoni, fala à imprensa no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília.

A administração de Jair Bolsonaro (PSL) quer anunciar o corte de 25 mil cargos comissionados na cerimônia de 300 dias do governo, em mais uma medida para enxugar gastos, afirmou o ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil).

Em março, em medida que fazia parte dos 100 dias de governo, Bolsonaro publicou decreto que extinguiu 21 mil cargos, funções comissionadas e gratificações no serviço público federal. A economia estimada foi de R$ 195 milhões.

Na prática, a maior parte dos cargos extintos não gerou demissão de trabalhadores, porque muitas vagas eram uma espécie de adicional pago ao servidor público que passa a exercer determinada função.

“O que estamos trabalhando e que a gente espera que nos 300 dias a gente consiga anunciar é o corte mais 25 mil cargos”, afirmou Onyx. Segundo o ministro, haveria cerca de 60 mil em universidades federais e em institutos federais.

“A gente não pode esquecer que o Partido dos Trabalhadores aparelhou convenientemente principalmente os IFs, onde o que menos importa é a qualidade e o que mais importa são as ações políticas. Ou vocês acham que as ações políticas vêm de onde mesmo?”, criticou.

O ministro elogiou ainda o Future-se, programa do MEC (Ministério da Educação) que incentiva a captação de recursos privados para as universidades federais.

Entre as medidas, estão a constituição de fundo imobiliário para vender imóveis ociosos que façam parte do patrimônio da União, a participação de Organizações Sociais na gestão de gastos do dia a dia e o aumento da captação de recursos do setor privado para financiar projetos.

“O ‘Future-se’, do MEC, é justamente para poder dar condições de uma nova realidade nas IFs e nas universidades brasileiras, dando condições para que possam se financiar, e é opcional”, disse. “A IF e a universidade vão entrar no programa se quiser. Se quiserem ficar no orçamento público, não tem problema nenhum, mas o orçamento público será seguramente muito limitado.”