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Fátima pede aprovação do auxílio emergencial, mas critica impacto na educação e saúde

Em um vídeo publicado em suas redes sociais, a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), pediu que a bancada federal atue para aprovar o novo auxílio emergencial. Por outro lado, a líder do Executivo estadual apelou para que não haja a desvinculação de receitas da educação e da saúde.

“Diante da apresentação de parecer à PEC 186, a chamada PEC Emergencial, que está pra ser votada no Congresso, faço um apelo à Bancada Federal do meu estado. Conclamo todos e todas a dizermos: SIM ao auxílio emergencial e NÃO à desvinculação de receitas da educação e da saúde”, escreveu a governadora.

A opinião é reforçada pelo Fórum dos Governadores do Nordeste, que divulgou uma nota, assinada pelos gestores de todos os estados da região, repudiando o parecer apresentado pelo relator da proposta de emenda à Constituição. De acordo com o texto, se a proposta for aceita pelo Legislativo, os governantes ficam desobrigados de efetuar gastos mínimos com educação e saúde.

A situação é criticada pelos governadores nordestinos. “A vinculação constitucional fundamenta a garantia do direito à educação e à saúde, direitos sociais imprescindíveis à materialização do Estado Democrático de Direito e à consecução dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil”, disseram em nota conjunta.

A votação da PEC 186 está prevista para ser votada nesta quinta-feira (25). 

Confira a nota do Fórum dos Governadores do Nordeste:

O Fórum dos Governadores do Nordeste, diante da apresentação deparecer à PEC 186, de 2019, denominada PEC Emergencial, em tramitação no Senado Federal, com votação prevista para quinta-feira (25/02/2020), torna público seu posicionamento contrário à desvinculação das receitas constitucionalmente destinadas a ações e serviços públicos de saúde (ASPS) e a manutenção e desenvolvimento do ensino (MDE). A vinculação constitucional fundamenta a garantia do direito à educação e à saúde, direitos sociais imprescindíveis à materialização do Estado Democrático de Direito e à consecução dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil. 

O referido parecer, além de desvincular receitas constitucionalmente destinadas à educação e à saúde, revoga o art. 110 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), que determina, durante a vigência do regime fiscal instituído pela Emenda Constitucional nº 95, de 2016, a correção das aplicações mínimas em ações e serviços públicos de saúde e em manutenção e desenvolvimento do ensino pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA, assegurando um patamar mínimo de financiamento da educação e da saúde pela União. 

No momento em que vivenciamos um agravamento da crise sanitária, em que milhares de famílias brasileiras choram a perda de entes queridos, em que milhões de brasileiras e brasileiros desempregados e desamparados clamam pelo auxílio do Estado brasileiro, consideramos que não cabe ao Parlamento protagonizar um processo desconstituinte dos direitos sociais, sob o pretexto de viabilizar o retorno do auxílio emergencial. 

A prioridade máxima da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios brasileiros, bem como do Poder Legislativo e do Poder Judiciário, deve ser garantir um processo de vacinação em massa da população, fortalecer o Sistema Único de Saúde para suportar o agravamento da crise sanitária, viabilizar um auxílio emergencial que garanta a subsistência das famílias afetadas pelos impactos econômicos da crise e assim pavimentar o caminho para a retomada do crescimento econômico, com geração de emprego e renda e promoção de justiça social. 

Belivaldo Chagas
Governador de Sergipe

Camilo Santana
Governador do Ceará

Fátima Bezerra
Governadora do Rio Grande do Norte

Flávio Dino
Governador do Maranhão

João Azevedo
Governador da Paraíba

Paulo Câmara
Governador de Pernambuco

Renan Filho
Governador de Alagoas

Rui Costa
Governador da Bahia

Wellington Dias
Governador do Piauí