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Conab e IBGE apontam safra recorde em 2022, com crescimento de até 6,2%

Conab mostra que a safra 2022 deve crescer em cerca de 15,8 milhões de toneladas. Arroz, milho e soja são os principais produtos. Foto: Wenderson Araújo/CNA

Estimativas divulgadas na quarta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra agrícola de 2022 apontam recorde na produção e crescimento de até 6,2%. Segundo dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de maio, do IBGE, a safra deve totalizar um recorde de 263,0 milhões de toneladas, 9,7 milhões de toneladas a mais que o desempenho de 2021, um aumento de 3,8%.  O resultado é 1,5 milhões de toneladas maior que o previsto no levantamento anterior, de abril, uma alta de 0,6%.

Já segundo a nona estimativa feita pela Conab para a safra brasileira de grãos 2021/22, que se encaminha para a conclusão, o País terá um recorde, com produção estimada em 271,28 milhões de toneladas. O volume representa um incremento de 6,2% sobre a temporada anterior, o que significa cerca de 15,8 milhões de toneladas a mais, como mostra o 9º Levantamento da Safra de Grãos da Companhia. O IBGE e a Conab utilizam metodologias diferentes, por isso o volume da produção é diferente entre os levantamentos.


Também segundo o levantamento do IBGE, os produtores brasileiros devem colher 72,3 milhões de hectares na safra agrícola de 2022, uma elevação de 5,5% em relação à área colhida em 2021. O resultado significa 3,8 milhões de hectares a mais. Em relação à estimativa de abril, a área a ser colhida cresceu 0,5%, 371 mil hectares a mais. O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos da safra, que, somados, representam 91,7% da estimativa da produção e 87,4% da área a ser colhida.


Em relação a 2021, houve acréscimos de 8,5% na área a ser colhida de milho (alta de 7,3% na primeira safra do grão e de 8,9% na segunda safra), de 18,0% na área do algodão herbáceo, de 4,3% na da soja e 2,1% na do trigo. Na direção oposta, houve recuo na expectativa de área colhida de arroz (2,2%).


O presidente da Conab, Guilherme Ribeiro, disse em comunicado que “a estimativa inicial da Companhia era de uma safra ainda maior quando, no primeiro levantamento, era esperada uma produção de 288,6 milhões de toneladas”. “Mesmo com a redução na expectativa em 6,4%, os agricultores brasileiros serão responsáveis pela maior safra da série histórica. O bom desempenho ocorre mesmo em um ano em que as culturas de primeira safra, principalmente soja e milho, foram afetadas pelas condições climáticas adversas registradas na Região Sul do País e em parte do Mato Grosso do Sul.”


Na atual temporada, o destaque é a recuperação de 32,3% na produção de milho. Com um volume estável na 1ª safra do cereal, próximo a 24,8 milhões de toneladas, a 2ª safra do grão tende a registrar uma elevação de aproximadamente 45% se comparada com o ciclo anterior, passando de 60,7 milhões de toneladas para 88 milhões de toneladas.


“No entanto, ainda precisamos acompanhar o desenvolvimento das lavouras, principalmente nos Estados do Paraná e Mato Grosso do Sul. Nesses locais, a cultura se encontra em estágios de desenvolvimento em que o clima exerce grande influência no resultado final. Considerando a segunda safra, cerca de 25,5% do milho do País ainda está sob influência do clima”, explicou na nota o diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas da Conab, Sergio De Zen.


De acordo com o Progresso de Safra, publicado nesta semana pela estatal, a colheita do cereal de 2ª safra está em fase inicial, sendo Mato Grosso o estado com a maior área colhida registrada.

Tribuna do Norte