O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantém a liderança na corrida pelo Palácio do Planalto com 45% das intenções de voto, 11 pontos porcentuais a mais que o presidente Jair Bolsonaro (PL), que tem 34% e está na segunda posição, de acordo com a nova rodada pesquisa do Datafolha, divulgada ontem.
Esse foi o primeiro levantamento depois do atos bolsonaristas realizados no 7 de Setembro. O petista manteve o número da pesquisa anterior, do dia 1.º de setembro, enquanto o atual chefe do Executivo e candidato à reeleição oscilou dois pontos para cima, dentro da margem de erro.
Considerando os votos válidos – que não levam em conta os votos nulos, em branco e os indecisos -, a pesquisa apontou, neste momento, a realização de segundo turno. Lula tem 48% dos votos válidos e Bolsonaro aparece com 36%.
Na pesquisa estimulada, ex-presidente e presidente são seguidos por Ciro Gomes (PDT), com 7%. O pedetista oscilou dois pontos para baixo desde o dia 1.º e, agora, está empatado tecnicamente com Simone Tebet (MDB), que manteve 5%. Brancos e nulos somaram 4% e 3% não souberam ou não responderam.
Segmentos
Entre o eleitorado feminino, Bolsonaro oscilou um ponto porcentual para cima e agora tem 29%. Neste segmento, Lula oscilou dois pontos para baixo e aparece com 46%. O discurso do presidente no 7 de Setembro foi marcado por falas consideradas machistas – ele se disse “imbrochável” e defendeu o casamento com “princesas”.
Bolsonaro voltou a oscilar positivamente entre os evangélicos e apareceu com três pontos a mais na pesquisa divulgada ontem. Ele alcançou 51% das intenções de voto, ante 28% de Lula, que registrou quatro pontos a menos.
A diferença entre Lula e Bolsonaro na Região Sudeste permaneceu estável em relação à pesquisa anterior. Lula manteve 41%, ante 36% do presidente, que oscilou um ponto porcentual para cima.
Soraya Thronicke (União Brasil) apareceu com 1%. Felipe d’Avila (Novo), Vera Lúcia (PSTU), Leo Péricles (UP), Sofia Manzano (PCB), Eymael (DC), Pablo Marçal (PROS) e Padre Kelmon (PTB) não pontuaram.
Segundo turno
Na simulação de segundo turno, Lula tem 53% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro aparece com 39%. Na última pesquisa, Lula tinha os mesmos 53% e Bolsonaro, 38%.
Ainda segundo a pesquisa, a convicção do eleitor em relação ao voto tem se cristalizado – 77% dos entrevistados declararam estar totalmente decididos a respeito de sua escolha para a Presidência da República. Em comparação ao último levantamento, em 1.º de setembro, 76% estavam totalmente decididos. Em agosto, eram 75% e, em julho, 71%.
Rejeição
O índice de rejeição dos candidatos a presidente segue estável – 51% dos eleitores afirmaram que não votam de forma alguma em Bolsonaro e 39% declararam o mesmo sobre o candidato petista.
A pesquisa, contratada pela Folha de S. Paulo e pela Globo, foi realizada entre 8 e 9 de setembro e entrevistou 2.676 eleitores presencialmente em 191 municípios. O levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-07422/2022. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos.
A pesquisa Datafolha divulgada ontem, mostra que o impacto do Auxílio Brasil ainda é esperado pela campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL). A ajuda de R$ 600 chega a 20 milhões de famílias, e 56% de quem o recebe direta ou indiretamente diz votar no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ante 28% do atual chefe do Executivo. No recorte geral, o Lula tem 45%, e Bolsonaro, 34%.
O programa de transferência de renda que substituiu o Bolsa Família já teve sua primeira parcela toda paga em agosto, e até aqui não alterou significativamente o voto dos mais pobres.
Entre quem ganha até 2 salários mínimos, 50% da amostra deste levantamento, Bolsonaro ficou estável, com 26%, enquanto Lula tem 54%. Já para os que ganham de 2 a 5 mínimos, que somam 36% da amostra, o cenário ficou estável em um empate técnico: 41% para Bolsonaro e 37% para Lula.
O levantamento aponta que a convicção do eleitor em relação ao seu voto tem avançado conforme se aproxima a data do primeiro turno da eleição. Segundo a pesquisa, 77% dos entrevistados declaram estar totalmente decididos a respeito de sua escolha para a Presidência.
Tribuna do Norte