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ONU alerta que mais de 80% das pessoas com casos severos de saúde mental estão sem tratamento

No Rio Grande do Norte, 29 novos municípios poderão ser atendidos com o programa Farmácia Popular. Foto: José Aldenir / Agora RN

Dados da Organização Pan-Americana da Saúde, Opas, em 2020, revelam que mais de 80% das pessoas que tinham uma questão severa de saúde mental não receberam tratamento. E isso inclui casos de psicopatia.

Diante da situação que urge, a Opas quer elevar o tema da saúde mental na esfera nacional e incluí-lo em todas as políticas, aumentar o financiamento para a área e reforçar serviços de prevenção do suicídio. 

Diretor da Comissão de Alto Nível sobre Saúde Mental e Covid-19 – criada em maio de 2022 com 17 especialistas de governos, sociedade civil e academia -, o médico brasileiro Jarbas Barbosa falou à ONU News sobre a urgência de medidas de promoção da saúde mental. 

Atentou que os jovens, por exemplo, diante da incerteza econômica, social, da angústia que foi produzida pela pandemia de covid, é muito importante que as famílias recebam apoio na própria comunidade.

Alerta também a necessidade de se trabalhar contra a discriminação, contra o preconceito.

Outro dado preocupante é “o uso e abuso de drogas porque tudo isso tem criado um ambiente desfavorável para o tema da saúde mental”, diz.

Disse: 

– A pandemia ressaltou muito o problema da saúde mental em toda a região. A saúde mental era um problema, talvez, que não tinha tanta visibilidade. Mas nos últimos 20 anos, nós já temos tido em todas as Américas um crescimento da taxa de suicídio, por exemplo. Tanto nas pessoas de mais idade como em alguns jovens relacionados com vários fatores. 

Jarbas Barbosa ressalta a importância de uma parceria com os líderes e decisores políticos nas Américas para corrigir essa falha e levar ajuda a todos incluindo os jovens. 

Falou ainda da falta de oportunidades econômicas e da pobreza extrema como fatores que agravam a saúde mental. O álcool é responsável por 5,5% das mortes nas Américas. A região tem o segundo maior consumo de álcool no mundo. 

A Opas lembra que as Américas investem, em média, apenas 3% do orçamento nacional para saúde dos países, em saúde mental.

Revista BZZ