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Homens do Nordeste são os menos engajados em afazeres domésticos

Foto: Freepik/ wayhomestudio

No Nordeste, a taxa de homens que realizam afazeres domésticos é a menor entre as regiões, ficando em 71,6%. As mulheres atingem o índice de 89,7%. No total, com a média de homens e mulheres trabalhando em serviços da própria casa ou de parentes, o percentual também é o menor, 81,1%. A média nacional é de 85,4%.

Os dados são do tema Outras Formas de Trabalho, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua 2022, do IBGE, que levantou informações sobre cuidado de pessoas, afazeres domésticos, produção para o próprio consumo e trabalho voluntário.

As atividades consideradas como afazeres domésticos são agrupadas em oito conjuntos: preparar ou servir alimentos, arrumar a mesa ou lavar louça; cuidar da limpeza ou manutenção de roupas e sapatos; fazer pequenos reparos ou manutenção do domicílio, do automóvel, de eletrodomésticos ou outros equipamentos; limpar ou arrumar o domicílio, a garagem, o quintal ou o jardim; cuidar da organização do domicílio (pagar contas, contratar serviços, orientar empregados); fazer compras ou pesquisar preços de bens para o domicílio; cuidar dos animais domésticos; e outras tarefas domésticas.

Em 2022, 148,1 milhões de pessoas de 14 anos ou mais de idade realizaram afazeres domésticos no próprio domicílio ou em domicílio de parente. Em todo o Brasil, enquanto 91,3% das mulheres realizaram alguma atividade relacionada a afazeres domésticos, essa proporção foi 79,2% entre os homens em 2022.

Por idade

De acordo com o IBGE, a taxa de realização de afazeres domésticos variou, conforme os grupos de idade, de 77,6%, entre os jovens de 14 a 24 anos, a 89,3%, entre os adultos de 25 a 49 anos. Ainda que com taxas menores para os homens, essa tendência foi observada tanto para os homens quanto para as mulheres. A menor taxa de realização ocorreu entre os homens de 14 a 24 anos (69,3%), e a maior, entre as mulheres de 25 a 49 anos (95,1%). O grupo de mulheres de 50 anos ou mais de idade foi o que apresentou a maior redução da taxa de realização entre 2019 e 2022 (-1,7 p.p.).

Mulheres pretas

A análise por cor ou raça mostra que, em 2022, 86,6% das pessoas pretas e 85,6% das brancas faziam afazeres domésticos no domicílio ou em domicílio de parente, enquanto entre as pardas esse percentual era 85,0%.

A maior taxa de realização ocorreu entre as mulheres pretas (92,7%), e a menor, entre os homens pardos (78%).

Instrução

Também se observou que a realização de afazeres domésticos aumenta conforme cresce o nível de instrução, sobretudo entre os homens. Em 2022, a taxa de realização foi 81% entre as pessoas sem instrução ou com fundamental incompleto e 90,2% entre aquelas com superior completo, o que significa uma diferença de 9,2 p.p.

Considerando-se os homens, a diferença entre a taxa de realização daqueles com menor instrução e a daqueles com superior completo situou-se em 11,8 p. p., enquanto entre as mulheres essa diferença foi 5,2 p.p. No período entre 2019 e 2022, o grupo de mulheres sem instrução oucom fundamental incompleto apresentou a maior diminuição dessa taxa (2,0 p.p.).

Parentesco

A análise indica que filhos ou enteados apresentaram as menores taxas de realização de afazeres domésticos (74,4% no total, 67% entre os homens, e 83,8% entre as mulheres).

Quando se comparam as taxas de realização por sexo e condição no domicílio, observa-seque a diferença entre homens e mulheres foi maior na condição de cônjuge ou companheiro(a) (13,7 p.p. a mais para as mulheres) do que na condição de responsável pelo domicílio (7,9 p.p. a mais para as mulheres), e ainda maior na condição de filho(a) ou enteado(a) (16,8 p.p. a mais para as mulheres).

Agência Saiba Mais