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Offshore é a nossa fronteira imediata, diz Jean Paul

Durante palestra em Natal, presidente da Petrobras apontou perspectivas para produção de energia e frentes de investimentos no RN. Foto: Adriano Abreu

O presidente da Petrobras, o potiguar Jean Paul Prattes, disse em evento no Rio Grande do Norte nesta sexta-feira (24) que a produção de  energia eólica no mar “é a fronteira imediata da Petrobras, que já está trabalhando nisso” e destacou ainda as potencialidades do RN na área, acrescentando ainda que o hidrogênio verde também será uma das prioridades da estatal. Paul Prattes presidiu uma palestra na sede da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern), em evento alusivo aos 70 anos da federação, comemorados em 2023.

O presidente da companhia está impossibilitado de gravar entrevistas e não falou com a imprensa em virtude da não publicação do balanço da estatal, previsto para a próxima semana.Com uma palestra intitulada “Uma visão de futuro: perspectivas para a produção de petróleo e energias renováveis”, o novo presidente da companhia destacou as potencialidades do RN no campo da energia eólica, em que o Estado é líder de geração no Brasil, além de ressaltar que a companhia não sairá mais do RN.

“Eólica em terra já está extremamente denso. A Petrobras já participou disso e eventualmente decidiu sair, vendeu seus quatro parques que tinha, em Guamaré. O offshore é a fronteira para a Petrobras, onde ninguém começou a operar ainda e onde a empresa se sente bem. O RN é pioneiro em medição eólica no Brasil. É onde tem dado seguro para se investir em eólica”, disse Paul Prattes.

Na sua última visita ao Rio Grande do Norte, que contou com um encontro com lideranças políticas e representantes de trabalhadores da Petrobras, o presidente anunciou que estavam suspensas às transferências programadas e engatilhadas à venda de ativos na Bacia Potiguar, além de anunciar que o RN será sede de uma diretoria de energias renováveis da estatal.“Quem está no RJ, hoje, 99% das pessoas só fala de petróleo, pré sal. Como esse indivíduo vai pensar em energia eólica offshore? Não tem o ecossistema dele. O que estou tentando tentando trazer para a empresa, e isso está sujeito a aprovações, é que em cada lugar tenha um ecossistema de alguma coisa que a Petrobras faz ou deva fazer”, pontuou.

“ O cara que for trabalhar com offshore, vai vir para Natal, conviver com as pessoas daqui, no ecossistema formado no Estado que é líder e está se transformando numa liderança na transição energética nesse horizonte novo”, disse.

O presidente também falou sobre pesquisa e desenvolvimento de soluções de baixo carbono. Um dos projetos que ele citou foi a Bravo, “Boia Remota de Avaliação de Ventos Offshore”, tecnologia desenvolvida com o Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), sediado no Rio Grande do Norte, e o Instituto SENAI em Sistemas Embarcados (ISI-SE), de Santa Catarina, para a mais nova fronteira do setor de energia.

Os testes em ambiente marinho foram iniciados em dezembro do ano passado. O sistema que está em desenvolvimento deverá ter capacidade de medir velocidade e direção dos ventos, variáveis meteorológicas, como pressão atmosférica, temperatura do ar e umidade relativa, além de variáveis oceanográficas, a exemplo de ondas e correntes marítimas.

O lançamento da boia foi realizado a cerca de 15 km da costa de Areia Branca, com o apoio da Companhia Docas do RN (CODERN) e da empresa Intermarítima Portos e Logística, nova operadora do Terminal Salineiro de Areia Branca – Porto Ilha.

Além disso, Prates disse, sem detalhes que, no curto, no médio e no longo prazos estão no radar, entre outras frentes de investimentos para o RN, a perfuração de poços e a avaliação de descobertas em águas profundas e ultraprofundas da Bacia Potiguar; a medição de potencial eólico e geração de energia renovável no mar, com o estado sediando as atividades neste segmento para todo o Brasil; pesquisas e análises de viabilidade da produção e exportação de hidrogênio verde e bioQAV; a  capilarização e garantia de compra de óleo vegetal da agricultura familiar para Diesel R – diesel produzido pela estatal com conteúdo renovável – além de parcerias para recuperação e preservação da caatinga e dos mangues.

Tribuna do Norte