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O que o surto da Alane no BBB nos ensina sobre perfeccionismo?

Foto: Gláucia Lima

Alane foi a última eliminada do BBB 24 (Globo), com 51,1% dos votos contra Isabelle e Matteus. A sister chorou muito, pediu desculpas e disse estar envergonhada.

“Eu sou péssima! Eu sou horrível! Eu sou a pior pessoa do mundo! Desculpa qualquer coisa. Eu estou mal de verdade. Minha mãe tá com muita raiva de mim! Eu só quero sumir”, disse dentro do programa. 

Em entrevista ao Programa 90 Minutos, da Rádio Seridó FM, a psicóloga Jéssica Barbosa pondera a situação. Alane foi a última eliminada, após idas em oito paredões, o que já é uma grande conquista no reality show mais assistido do Brasil. 

“A Alane está saindo agora na mesma posição do Gil do Vigor, que fez um grande sucesso. Teve fases boas, ruins, protagonizou brigas icónicas. O timbre dela e a versatilidade da voz mostram que ela sabe se defender e vai para cima para defender as posições”, explica. 

Mas as falas autodepreciativas e os xingamentos contra si mesma revelam o perfeccionismo e traumas da infância que precisam ter atenção. Jéssica considera que Alane entrou em um surto após receber a notícia da eliminação, sem ter capacidade para controlar as próprias emoções. 

“Naquele momento, o jeito dela de se regular foi completamente disfuncional, porque começou a se bater, a arranhar o próprio rosto”, diz. 

Segundo a psicóloga, nós temos os pensamentos automáticos, intermediários e as crenças nucleares, que são nossos princípios, a base de quem nós somos. 

“Naquele calor do momento, diante da explosão de emoção, ela ligou diretamente o pensamento automático. Ela passou esses três meses falando aquilo para ela incontáveis vezes, o tempo inteiro a cabeça dela”, explica. 

Para Jéssica, Alane vem de uma competição constante desde a infância, porque ela sempre foi criada dentro de um ambiente com competição e rivalidade. 

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O problema da perfeição 

Para a especialista, sempre buscar a perfeição pode levar a um lugar inalcançável. Isso te distancia de alcançar seus objetivos e te lança em um estado de pânico e sofrimento. “Quando você vai lá, tem a certeza que vai conseguir e não dá certo, seu corpo vai se sentir diante de uma ameaça subjetiva, a quem você achava que era”, destaca Jéssica. 

Jéssica diz que todo esse processo é bastante doloroso, porque a pessoa vai ter a noção de que a perfeição não existe, e também que não é preciso chegar ao topo o tempo todo. “Não fazendo mal a ninguém e a si mesmo, qual o problema de você não estar sempre no topo?”, finaliza.

Mais informações

Jéssica Barbosa atende na clínica Unicords semanalmente. Seus contatos são:

Instagram  psi.jessicabarbosa

WhatsApp – (84) 99966-0205