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Síndrome do pânico: Jéssica Barbosa explica o que é, quais são as causas e como tratar de forma eficiente

Foto: Gláucia Lima

A síndrome do pânico é um transtorno de ansiedade caracterizado por episódios repentinos e intensos de medo ou ansiedade, conhecidos como ataques de pânico. O transtorno pode afetar significativamente a qualidade de vida e o funcionamento diário das pessoas, mas existem tratamentos eficazes, como a terapia cognitivo-comportamental e medicamentos, que podem ajudar a controlar os sintomas e permitir uma vida mais plena.

Em entrevista ao Programa 90 Minutos, da Rádio Seridó FM, a psicóloga Jéssica Barbosa explica que a sensação da síndrome do pânico está muito associada a um medo ou mal estar exagerado. “Essas crises duram de 15 a 30 minutos e basicamente você sente que está morrendo“, explica a profissional.

Jéssica pontua que é bastante comum que as pessoas se dirijam ao pronto-socorro com uma suspeita de doenças cardíacas, como um infarto. “Quando realizam os exames, o coração está normal, sem sinais de infarto, mas as pessoas continuam com os mesmos sintomas e a mesma agonia“.

Isso acontece porque a síndrome do pânico ativa a região central do cérebro, responsável por regular as emoções humanas e liberar a adrenalina, responsável pelo instinto de “lutar” ou “fugir”, especialmente em situações de perigo. “Quando há o transtorno, esse sinal da adrenalina é liberado em momentos onde não há risco de vida”, destaca Jéssica.

Sintomas da síndrome do pânico

Os ataques de pânico podem ter origens diversas, embora as mais comuns sejam uma pré-disposição genética ou um evento traumático, como acidente ou assalto. “Ele pode ser hereditário, quando as pessoas já têm um nível de ansiedade mais alta e são diagnosticadas com transtorno de ansiedade generalizada, ou tem uma tendência a desenvolver essa síndrome do pânico”, explica Jéssica Barbosa.

Esses ataques podem surgir de forma inesperada e podem estar associados a sintomas físicos como palpitações, falta de ar, sudorese, tremores e sensação de morte iminente. “No pico da crise, pode haver desmaio ou vômito”, pontua a psicóloga.

Tratamento

Há muitos estímulos e gatilhos que podem desencadear um ataque de pânico. Por exemplo, se as crises foram desencadeadas após um acidente de carro, é provável que voltar a dirigir seja difícil para muitas pessoas, além de despertar insegurança, medo ou pensamentos catastróficos.

“Várias coisas podem influenciar para quem já tem essa tendência e passou por situações delicadas. Por isso, é preciso evitar os gatilhos, que se tornam cada vez mais sensíveis”, diz a profissional. “Quando você não se trata, esses gatilhos vão se tornar cada vez mais fortes e recorrentes”, acrescenta.

O tratamento da síndrome do pânico geralmente envolve uma abordagem multifacetada que combina terapia psicológica e, em alguns casos, medicamentos. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é frequentemente considerada a primeira linha de tratamento e visa ajudar os indivíduos a entender e modificar padrões de pensamento e comportamento que contribuem para os ataques de pânico.

“Na psicoterapia, a gente vai fazer um trabalho para dessensibilizar você desses gatilhos, entender quando essa síndrome foi cultivada e aprender também a ressignificar esses momentos”, destaca a psicóloga.

Na abordagem, o paciente tem contato com diferentes técnicas que o ajudam a alcançar uma regulação emocional, necessária para lidar com os ataques de pânico. “É muito importante porque faz parte de habilidades que a gente poderia ter aprendido quando é criança, mas muitas vezes quem ensinaria isso não sabe”, enfatiza.

Além da terapia, medicamentos como os antidepressivos, especialmente os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS) e os inibidores da recaptação da serotonina e norepinefrina (IRSN), podem ser prescritos para ajudar a reduzir a frequência e a gravidade dos ataques de pânico.