
Um projeto científico que nasceu em uma escola estadual aqui de Mossoró ultrapassou fronteiras. Realizado por estudantes do Ensino Médio da Escola Estadual Professor Abel Freire Coelho, em parceria com o Laboratório de Biotecnologia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), o projeto “Potencial antimicrobiano do extrato hidroalcoólico da Myracrodruon urundeuva (aroeira)” foi premiado na maior feira internacional de Ciências e Engenharia para estudantes do Ensino Médio no mundo: a Regeneron International Science and Engineering Fair (ISEF) 2025, realizada nos dias 15 e 16 de maio, em Ohio, nos Estados Unidos.
A equipe é composta pelos estudantes Rita Izabely Lopes Costa, Otávio da Costa Nogueira e Gabriel Lopes Fernandes Filho, coordenado pelos professores Michael Pratini e Douglas Arenhart França. Os integrantes falaram da satisfação em ter esse reconhecimento. “É muito incrível saber que uma escolas no interior do Rio Grande do Norte conseguem realizar trabalhos tão bons, ao ponto de serem selecionadas para ir para a ISEF. E chegar lá nos Estados Unidos competindo, levando o nome de Mossoró, da nossa escola, da nossa Direc, do nosso Estado, foi algo muito gratificante”, afirmou o professor Michael Pratini.
Para Rita Izabely, participar dessa feira foi um momento único. “Foi a realização de um sonho, porque lá nós conhecemos pessoas de diversos lugares do país, de diversos lugares do mundo. Levamos a planta que é nativa da nossa região da Caatinga, a aroeira, e mostramos que ela pode ser utilizada para infecções hospitalares”, e comentou sobre a premiação. “Receber o destaque é uma das coisas que nos despertou, fez florescer ainda mais o sentimento de que a ciência pode mudar o mundo e que os sonhos são possíveis”, ressaltou.
O estudante Gabriel Filho também comentou sobre esse momento marcante na sua vida. “Esse prêmio foi um marco histórico para Mossoró e para o Rio Grande do Norte. Eu conheço a feira do Abel desde criança, e estar na maior feira do mundo disputando com potências de primeiro mundo acredito que seja o sonho de qualquer um que faça ciência”, disse, ressaltando que essa é uma oportunidade de incentivar ainda mais os jovens a fazerem ciência.
A realização desse projeto foi possível, também, graças ao apoio e supervisão da professora Regina Marques, do curso de Ciências Biológicas da Uern, que orientou todo o trabalho de experimentação e análise de dados. “Vale ressaltar que sem o apoio da UERN, nada disso teria acontecido. Os laboratórios em que ocorreram quase todos os experimentos foram os laboratórios da UERN, com o apoio da professora doutora Regina. Ela abriu as portas, confiou em nosso trabalho, ensinou a eles a fazer algumas práticas, levou discussões de hipóteses, conseguiu metodologia científica com eles, junto comigo também”, disse o professor Michael Pratini.
Sobre o evento
Organizada anualmente pela Society for Science, a ISEF é a maior feira internacional de ciências para estudantes pré-universitários, reunindo jovens cientistas de diversos países para apresentarem projetos inovadores em áreas como biologia, engenharia, ciência da computação, ciências sociais, física, entre outras. Este ano, a ISEF reuniu mais de 1.600 jovens de cerca de 60 países, e distribuiu cerca de US$ 9 milhões em prêmios.
Os jovens cientistas potiguares foram selecionados para o evento após os resultados obtidos na 23ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE). Além dos mossoroenses, a delegação brasileira nos Estados Unidos contou com outros 12 estudantes, vindos de escolas do Ceará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Tocantins. No total, o Brasil conquistou cinco prêmios.