
O transporte público de Natal amanheceu paralisado nesta quarta-feira (4). Com 99% de adesão, segundo o Sindicato dos Rodoviários do RN (Sintro), a greve da categoria teve início após o fracasso da terceira rodada de negociações com os empresários, ocorrida na terça-feira (3). Com isso, milhares de usuários enfrentaram paradas lotadas e longa espera por ônibus.
Apesar de uma decisão judicial determinar a manutenção de 70% da frota em circulação durante a greve, a realidade nas ruas foi diferente. Muitos ônibus municipais não saíram das garagens e usuários relataram ter chegado às paradas por volta das 5h30 da manhã e, até às 7h, ainda aguardavam transporte.
Na garagem da empresa Guanabara, na zona Norte da cidade, os veículos permaneciam parados no início da manhã. Apenas linhas intermunicipais, que não fazem parte da paralisação, circularam normalmente.
Em entrevista, o presidente do Sintro, Júnior Rodoviário, afirmou que nenhum trabalhador está sendo impedido de sair com os veículos. Segundo ele, a paralisação foi aprovada em assembleia e reflete a insatisfação da categoria com a proposta apresentada pelos empresários. “Os trabalhadores estão deliberados e querem o aumento de salário e do vale-alimentação. Estamos abertos à negociação, mas o que foi apresentado até agora não atende às reivindicações da categoria”, disse.
A proposta dos empresários previa um reajuste escalonado de 5,53% em maio e mais 0,67% em outubro, totalizando 6,2% até o fim do ano. O vale-alimentação teria um aumento para R$ 500 ainda neste mês, e para R$ 550 em dezembro. O sindicato, no entanto, considerou a proposta insuficiente.
A greve dos rodoviários é por tempo indeterminado e afeta diretamente a rotina de trabalhadores, estudantes e usuários que dependem do transporte coletivo para se locomover. Até o momento, não há nova reunião marcada entre as partes.
A expectativa da população é por um acordo rápido que possa garantir a retomada do serviço e minimizar os transtornos já sentidos no primeiro dia de paralisação.