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Com crescimento dos casos em Caicó, Dr. Tássio Medeiros tira dúvidas os sintomas, diagnóstico e tratamento do ‘calazar’

O calazar, também conhecido como leishmaniose visceral, é uma doença infecciosa causada pelo protozoário Leishmania. Transmitida pela picada do mosquito-palha, afeta principalmente cães e pode ser transmitida aos humanos. Os sintomas incluem febre, perda de peso e anemia. O tratamento envolve medicação específica e pode ser curado se diagnosticado precocemente. Em entrevista ao Programa 90 Minutos, o médico veterinário Dr. Tássio Medeiros explicou sobre a prevenção, diagnóstico e tratamento de cães que convivem com a doença.

Transmissão

O calazar é transmitido em cachorros através da picada do mosquito-palha infectado. Esse mosquito se alimenta de sangue de animais, e quando pica outro animal, pode transmitir o protozoário Leishmania presente na saliva.

É importante lembrar que cachorros infectados podem transmitir a doença para outros cães e também para humanos. Por isso, a prevenção é fundamental, incluindo medidas como controle de mosquitos, vacinação em cães e diagnóstico precoce e tratamento adequado dos animais infectados.

No entanto, o médico veterinário Tássio Medeiros, da Clínica São Francisco, conta que os cães não são vilões nessa história, mas sim o principal algo do mosquito transmissor. “O cão também é uma vítima. A doença não parte do cão, ela tem um vetor e ele é um mosquito“, destaca.

Ele explica que o transmissor da doença, diferente de outras espécies, não necessita de água parada para se reproduzir, “ele usa apenas matéria orgânica, como folhas, e preferem o sangue dos cães”, afirma.

Apesar dos recentes casos de cachorros de rua diagnósticados com leishmaniose, é importante destacar que a transmissão ocorre especialmente pelo seu vetor. “O contato com o animal ou a mordedura não traz risco para atransmissão do calazar. Precisa-se do mosquito para haver essa transmissão da doença. Não é culpa do animal“, explica Dr. Tássio.

Apesar de haver sintomas comuns, é frequente que alguns cães sejam assintomáticos e apresentem sinais apenas na fase grave da doença, por isso é recomendável sempre a realização de testes em laboratório. “Ela afeta, de maneira geral, o sistema límbico, o que afeta o organismo como o todo. As unhas crescem, as patas ficam secas, há algumas lesões de pele, na ponta da orelha, falta de apetite e perda de peso são os sintomas mais recorrentes.”

Conhecido, entre tantos nomes, como “mosquito-palha”, esse é o vetor da leishmaniose. Foto: Creative Commons/Wikimedia

Tratamento

O tratamento do calazar envolve o uso de medicamentos específicos, como antimonial pentavalente, anfotericina B e miltefosina, que combatem o protozoário Leishmania. É importante destacar que o tratamento deve ser feito sob supervisão médica, pois alguns medicamentos podem causar efeitos colaterais graves.

Além disso, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para garantir a recuperação do paciente.

Ao longo do tratamento, o médico veterinário explica que os cães podem chegar a um nível que impessa a transmissão da doença. “O animal se torna não contactante, desde que ele realize exames regularmente e haja um controle da doença“, conta.

Funcionamento

clínica São Francisco funciona na Rua João dos Santos, 163 – Centro, com atendimento de urgência e emergência, Pet Shop, farmácia, internação, ultrassonografia e intervenções cirúrgicas, além da realização de exames laboratoriais.