O Instituto Fome Zero anunciou, nesta quinta-feira (14/11) adesão à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, prioridade da presidência brasileira no G20. A missão da Aliança Global será, desde o seu lançamento até 2030, apoiar e acelerar os esforços para erradicar a fome e a pobreza, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 1 e 2.
Além disso, busca reduzir as desigualdades e contribuir para revitalizar parcerias globais para o desenvolvimento sustentável e para a realização de outros ODS interligados.
O Instituto, fundado por um grupo de ativistas, estudiosos e pesquisadores que participou na elaboração e implementação do Projeto Fome Zero, e acompanhou de perto a jornada que logrou retirar o Brasil do Mapa da Fome da ONU, vem desenvolvendo pesquisas, e discutido ideias e novas propostas para o combate à fome, e a garantia do Direito Humano à Alimentação Adequada.
A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza articula governos, bancos multilaterais, instituições filantrópicas, organismos internacionais, instituições de pesquisa e fundos ONGs, para fazer frente aos desafios globais e promover a segurança alimentar e combate à pobreza. A partir dessa parceria, o Instituto Fome Zero pretende ampliar seu alcance e compartilhar boas práticas com outras instituições que atuam na linha de frente do combate à fome, tanto no Brasil quanto em outros países.
“A integração à Aliança Global representa um passo crucial para unirmos forças e promovermos políticas sustentáveis e inclusivas que realmente façam a diferença para as comunidades mais impactadas pela fome e pela pobreza,” afirma José Graziano da Silva, diretor do Instituto Fome Zero.
Apesar de ter nascido do G20, a Aliança está aberta a todos os países, além de organizações internacionais, instituições de conhecimento, fundos e bancos de desenvolvimento, e instituições filantrópicas.
“O que queremos com a Aliança é um mecanismo prático para mobilizar recursos financeiros e conhecimento de onde são mais abundantes e canalizá-los para onde são mais necessários. Apoiando assim a implementação e a ampliação da escala das ações, políticas e programas no nível nacional”, explicou o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias.
“A adesão do Instituto Fome Zero, que nasceu com o objetivo de apoiar as políticas de combate à fome e torná-la a mais alta entre as prioridades do Brasil e da comunidade internacional, terá grande contribuição para o sucesso da iniciativa e para o cumprimento de seus objetivos”, acrescentou.
Internacionalização
A adesão do Instituto Fome Zero à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza coincide com o momento de internacionalização da atuação do IFZ, com presença em fóruns internacionais e construção de parcerias estratégicas com organizações que compartilham a visão de um mundo sem fome e pobreza.
As parcerias reforçam a importância da inovação no enfrentamento de crises alimentares e a busca por soluções efetivas que conectem diferentes setores e segmentos da sociedade.
Sobre o IFZ
Em outubro de 2020, um grupo de ativistas, estudiosos e pesquisadores, que participaram da elaboração do Projeto Fome Zero, há exatamente 20 anos, decidiu se reunir para fundar o Instituto Fome Zero. Na época, o Brasil já havia voltado ao Mapa da Fome da ONU e a insegurança alimentar se agravava a cada mês.
Esse agravamento foi resultado da pandemia da Covid-19, mas também foi fruto da mudança abrupta do governo federal em 2016, da crise econômica e da volta da orientação neoliberal, que impactaram diretamente na gestão da Política de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), com o desmantelamento de programas, redução de participação da sociedade civil, extinção do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA), corte de gastos e recursos destinados à proteção social e ao combate à fome.
O Instituto Fome Zero surgiu, então, para ajudar a renovar esforços, discutir novas ideias e novas propostas para o combate à fome, bem como garantir o Direito Humano à Alimentação Adequada.
O Instituto Fome Zero tem ainda a missão de preservar a história do combate à fome do Brasil, a começar pela vida e obra de Josué de Castro, passando pela militância de Herbert de Souza (Betinho) com suas tão significativas campanhas humanitárias, José Gomes da Silva com a primeira proposta de Segurança Alimentar para o Brasil no Governo Paralelo em 1993 e pela implementação da Política de Segurança Alimentar no Governo Lula, sob a coordenação de José Graziano da Silva como Ministro de Segurança Alimentar e Combate à Fome e, posteriormente, como Diretor-Geral da FAO.