Um vídeo que circula nas redes sociais registrou o início da greve dos servidores terceirizados do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, marcada na manhã desta terça-feira (21) com o bloqueio parcial da avenida Hermes da Fonseca, em Tirol, Natal.
No vídeo, Rosália Fernandes, coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde do RN (Sindsaúde/RN), critica os constantes atrasos nos pagamentos e a falta de responsabilização por parte do governo estadual.
O movimento grevista foi iniciado pelos profissionais da área de nutrição, que alegam não ter recebido os salários referentes a dezembro. Apesar de ainda não terem aderido à greve, trabalhadores de outras categorias terceirizadas, como higienização, lavanderia, maqueiros e vigilantes, também enfrentam atrasos salariais e podem paralisar as atividades a qualquer momento.
“A situação é absurda. Não basta o governo terceirizar os serviços, ainda faz contratações de diferentes empresas, o que dificulta a união e a luta dos trabalhadores por seus direitos”, destacou Rosália Fernandes. Segundo ela, além da falta de pagamento, os profissionais enfrentam assédio moral de supervisores indicados pelas chefias sempre que tentam reivindicar seus direitos, dificultando ainda mais a rotina nos locais de trabalho.
Impactos e crise em outras unidades
O Sindsaúde/RN alerta que a paralisação pode levar a um caos generalizado no hospital, caso outras categorias decidam aderir à greve. Situações semelhantes já ocorreram em outras unidades do estado. No último dia 16, uma greve de terceirizados no Hospital Regional Tarcísio Maia, em Mossoró, resultou na suspensão das refeições para pacientes, causando transtornos e indignação.
A entidade sindical aponta a falta de planejamento e de compromisso do governo estadual com os pagamentos como os principais fatores que levam a essas crises recorrentes na saúde pública.
O governo do estado e as empresas terceirizadas ainda não se manifestaram sobre a greve no Walfredo Gurgel e o atraso nos repasses aos trabalhadores. Enquanto isso, a mobilização promete continuar até que os pagamentos sejam regularizados.